VALE DO JEQUITINHONHA: O berço da resistência quilombola e aldeias ancestrais, epicentro da tragédia climática atual, com 18 das 20 cidades mais afetadas pelo calor extremo, finalmente verá a cor do dinheiro climático. Os recursos da NDC do Brasil foram desviados pelo BNDES para a mineração de lítio na região buscando agravar os impactos da mineração, sem medida de adaptação, resiliência ou mitigação. O Estado, inerte e omisso aos efeitos da crise na região, faz o maior investimento público já realizado na região: contrato assinado com a mineradora visa terminar finalmente a obra histórica do racismo estrutural que foi parido pela mesma colonização que o pariu Estado racista brasileiro. É o investimento estatal de recursos da NDC brasileira num inequívoco crime de GENOCÍDIO CLIMÁTICO para o extermínio final uma população que foi atacada de maneira ininterrupta pelo ação governamental. O povo do Vale foi bombardeado implacavelmente com brutais impactos de projetos tais como a monocultura de eucalipto, a construção de grandes barragens e mais de três séculos de mineração predatória intensiva que resultaram nas distintas camadas de vulnerabilidade sobrepostas, às quais se soma a extrema vulnerabilidade climática apontada pelo CEMADEM - Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais desde 2023, sem que nada tenha sido feito, mais além do financiamento da mineradora, envolvida em graves denúncias de violação de direitos, litígio entre sócios e expediente de arbitragem aberto pelo principal cliente. O BNDES sequer exigiu garantia de ativos e a operação de crédito, com ciência dos conflitos, foi um presentão nem pai dá para filho. A soma dos absurdos requer urgência e rigor dos órgão de controle, fundada hipótese de vantagem indevida e corrupção.